segunda-feira, 30 de abril de 2012
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Uma alma que foge do Estíge
para anunciar algo
ou pedir unguento aos vivos
deve gaguejar,
pois não acredito em entidade metafísica
com boa dicção.
Não existe epifania
sem chiado de televisão.
domingo, 29 de abril de 2012
I hurt myself today
O sentido da vida.
Parece-me essencial discorrer à respeito das formas de vida que a existência nos apresenta, de forma que, a minha própria forma alcance a tomada de consciência ainda que por meio das palavras – Palavras definem procedimentos, ao menos na minha cabeça, e, portanto, palavras são toda a verdade que precisamos para medir 1,2 ou 3 arquiteturas intelectuais e sensíveis. Neste caso o texto ganha um caráter enciclopédico de definir as coisas, mas a escolha do vocabulário é quem define o sentido real das coisas. Uma pena termos perdido grande parte do sentido das palavras.
Sobre a dor em primeiro lugar – A dor física é nada diante das chicotadas no espírito, uma ferida na carne pode-se lamber e com o sabor do próprio sangue vir a projetar a gravidade do ferimento, já o espírito não se pode experimentar, esta aí uma força vital que não se pode lamber ou imaginar o gosto, ao contrário da carne o espírito não cheira. Portanto os males da alma devem ser expressos de forma lírica “eu te amo”,” eu te odeio”, e já os males do corpo, estes rasteiros e banais diante do já citado, cheiram, exalam e comunicam-se com o outro desta forma direta e menor, desta forma tátil.
Quando bebês as dores físicas são sim as mais fundamentais, mas a medida que crescemos e tomamos qualquer tipo de consciência e temos qualquer opinião diante da vida, tendemos a perceber o fim das coisas, o fim dos nossos menores problemas, tais como a fome, a sede e a dor. Estas nada são diante da saudade, do amor, do ódio e das frustrações.
Ontem mesmo, com o socar da chuva nas telhas, deitei ao lado de um bebê que ninava profundo, cada inspiração me deixava aflito do pequeno ser levitar e eu perder o controle sobre ele, pensei:
“tu dormes macio e nem precisas pensar que precisamos sobreviver”, um sentimento Encólpio (Satyricon), eu “heroífiquei-me” diante da criança, como se com a tomada de consciência eu fosse mais e, portanto, muito diante dele. Diante dos inocentes a consciência tende a ver-se no macro. Todos os dois, o inocente e o consciente, uma denominação humana de ser, uma forma boba de ver-se diante do mundo, quase uma representação do nada que o lírico pretende na poesia.
segunda-feira, 23 de abril de 2012
Cidadão, indivíduo, sujeito, pessoa e aniversariante.
Um sujeito pacato deveria mesmo fazer aniversário em uma segunda-feira.
- Vamos mesmo fingir que hoje é o dia que você nasceu?
Tito, você anda perdendo muitas chances! Se desde o teu primeiro sorriso você andasse carregando um dicionário e se permitisse ler ao menos 3,4 palavrinhas ao dia, você teria um vocabulário nove, dez ou vinte vezes maior, melhor e mais interessante do que o que possui, percebe como você anda se desperdiçando?
Você tem 21 anos e já foi o feliz portador de quatro sequências numéricas que correspondiam ao teu telefone celular. Chegaremos a uma dezena sem o menor esforço. Em 2018 talvez.
Te assusta essa pergunta? Quantas pessoas lembram-se do teu rosto?
A resposta te assustaria muito mais.
Eu só faço aniversário porque o calendário ocidental foi feito as pressas e não tiveram tempo de inventar meses que não viessem a se repetir durante uma vida inteira, eu tou nascendo outra vez por falta de tempo e por preguiça humana.
Queria algumas confirmações:
Tito, você nasceu para ser engenheiro ambiental! (facilitaria bastante! assim eu poderia me programar a fugir melhor do meu destino.)
Tito, você viverá o fim da sua vida como morador de rua. (olha, eu agradeceria se soubesse com antecedência, pois planejamos muito melhor essas coisas quando temos uma casa.)
Tito, você não ficará rico. (facilitaria muito, assim eu deixaria de tentar, compreende?)
Tito, você será pai. (eu já começaria hoje mesmo a reler fábulas e estudar roteiro para desenhos animados, acho que não quero meu filho crescendo com culpa-cristã-disney.)
Tito desista. Todas as tuas ações darão no seu contrário e por toda a tua vida intenção e gesto não se encontrarão e você não conseguirá muitas coisas. Já o que conseguir não merecerá. A meritocracia escorregará pelos teus dedos e sua existência se resumirá em frustração humana. (tudo bem, eu aceito, mas exijo felicidade nos intervalos.)
Sobre a eternidade :
Se o mundo acabar tudo se perderá. Ou pior, se todas as pessoas terminarem, as coisas continuarão por aí... No entanto vazias de significado, sem diálogo com o homem os objetos são dejetos.
Não me projeto com 30 anos, mas poderia fazer um retrato fiel do meu rosto no futuro. Vejo-me velho e não me vejo balzaquiano.
Sei que logo terei de ler a Divina Comédia.
Continua...
quarta-feira, 18 de abril de 2012
O herói arquetípico - Primeira definição curta - Um esboço de formalização.
O herói arquetípico é um "EU" que corresponde a "VOCÊ". Sua trajetória é sustentada pelo "NÓS" do mundo, ele se aplica por uma individualidade universalizada. Uma subjeção na particularidade do individuo que organiza formas humanas em classes, tipos, arquétipos por excelência. Hércules, Hamlet, Superman, pais e filhos, todos uma denominação da força que move os detentores da vontade do herói arquetípico em direção ao caminho da sabedoria.
Um caminho específico que ao mesmo tempo se fragmenta em todos os outros caminhos do mundo.
Por exemplo: O arquétipo do fogo é destruir, mas também o gelo dissipa a matéria, a água pode minar e a terra absorver, todos estes são arquétipos do tempo. São formas únicas que se organizam por todos os materiais. Pessoas universalizadas, mesmo que em sua jornada individual. Agentes do inconsciente coletivo em uma missão egóica.
Um caminho específico que ao mesmo tempo se fragmenta em todos os outros caminhos do mundo.
Por exemplo: O arquétipo do fogo é destruir, mas também o gelo dissipa a matéria, a água pode minar e a terra absorver, todos estes são arquétipos do tempo. São formas únicas que se organizam por todos os materiais. Pessoas universalizadas, mesmo que em sua jornada individual. Agentes do inconsciente coletivo em uma missão egóica.
as bobas premonições do mundo.
morrer com tiros no peito.
viver na rua e vagar por uma cidade praiana.
dirigir até curitiba.
casar cedo.
sobreviver a um desastre, nadar até uma ilha, salvar alguém.
ser colaborador de alguma revista com baixa circulação.
namorar uma professora e cansar das reclamações que ela fará dos alunos.
passar alguns meses em uma rotina de ir para a usp.
ficar dois meses no rio.
encontrar com alguma entidade no mar.
receber mensagens ( do além ) expedidas pelo meu avô paterno.
jantar na casa da mãe minha aos finais de semana ( pra sempre ).
ter um filho que é a cara do meu pai.
ir buscar meu filho no colégio e ter medo de quem ele pode virar estudando em um colégio particular daqueles.
viver na rua e vagar por uma cidade praiana.
dirigir até curitiba.
casar cedo.
sobreviver a um desastre, nadar até uma ilha, salvar alguém.
ser colaborador de alguma revista com baixa circulação.
namorar uma professora e cansar das reclamações que ela fará dos alunos.
passar alguns meses em uma rotina de ir para a usp.
ficar dois meses no rio.
encontrar com alguma entidade no mar.
receber mensagens ( do além ) expedidas pelo meu avô paterno.
jantar na casa da mãe minha aos finais de semana ( pra sempre ).
ter um filho que é a cara do meu pai.
ir buscar meu filho no colégio e ter medo de quem ele pode virar estudando em um colégio particular daqueles.
segunda-feira, 9 de abril de 2012
A ETERNIDADE
Tradução: Augusto de Campos
De novo me invade.
Quem? – A Eternidade.
É o mar que se vai
Como o sol que cai.
Alma sentinela,
Ensina-me o jogo
Da noite que gela
E do dia em fogo.
Das lides humanas,
Das palmas e vaias,
Já te desenganas
E no ar te espraias.
De outra nenhuma,
Brasas de cetim,
O Dever se esfuma
Sem dizer: enfim.
Lá não há esperança
E não há futuro.
Ciência e paciência,
Suplício seguro.
De novo me invade.
Quem? – A Eternidade.
É o mar que se vai
Com o sol que cai.
Tradução: Augusto de Campos
De novo me invade.
Quem? – A Eternidade.
É o mar que se vai
Como o sol que cai.
Alma sentinela,
Ensina-me o jogo
Da noite que gela
E do dia em fogo.
Das lides humanas,
Das palmas e vaias,
Já te desenganas
E no ar te espraias.
De outra nenhuma,
Brasas de cetim,
O Dever se esfuma
Sem dizer: enfim.
Lá não há esperança
E não há futuro.
Ciência e paciência,
Suplício seguro.
De novo me invade.
Quem? – A Eternidade.
É o mar que se vai
Com o sol que cai.
domingo, 8 de abril de 2012
do novo romance.
Ele no outro canto, perto de uma quina que ninguém pisava, usava moletom porque segunda-feira não é dia de encontrar o amor da vida, mas, mesmo assim, usava a sedução-masculina-sonora que lhe era peculiar. Não concebia urinar leve, obrigava-se sempre a disparar forte os jatos na louça do vaso, imaginava, que alguma mulher, de longe, poderia por acaso escutar o jato potente e acabar por imaginar a potência do pênis que lançava a urina com tanta força, urinava pensando em agradar os ouvidos da mulher que nem existia, mas sabia que se existisse, ou que se estivesse por perto, certamente gostaria de um órgão musculoso que pudesse disparar rajadas somente com a força da bexiga barulhenta, um genital que gritava o nome dela.
quinta-feira, 5 de abril de 2012
Cena IXIXMANSV
O sonho inaugura outro lugar no organismo dos homens e das mulheres, podemos pensar em um mundo mais líquido, onde a mulher que gera não seca do dia pra noite, configuremos a mulher gestante a uma menstruação de leite, a mulher passaria 9 longos meses menstruando leite e acumulando o alimento para os dias que não quisesse ceder o seio. Agora imagem os nascidos aos vinte: Minha mãe me criou a leite de útero! Outros traumas viriam daí, pois acredito que muitos provêm do momento em que alimentamo-nos, e ao mesmo tempo olhamos nossas mães de baixo para cima com o mamilo preso nos lábios, no caso do leite-uterino, as mães teriam a chance de ceder ao filho um recipiente, como as mamadeiras, onde o mesmo pudesse alcançar a independência alimentícia.
quarta-feira, 4 de abril de 2012
A fortuna de la muerte.
O asfalto e a noite são igualmente duros, nada rompe essa concretude, talvez na noite a luz, e, no asfalto os passos. Por bem, o que importa é que a faca tem na lâmina um espelho que me refletiu. A faca espelho, morte e vida, de faca no peito um passo a frente é morte, um passo atrás é vida.
minha mãe me esperando pra sempre por uma semana inteira.
meu pai avô de neto nenhum.
deus portando uma metralhadora, entre nuvens e sarcófagos,
e eu,
andando.
e ele,
vivendo,
e a faca
cortando,
e eu,
sobrevivendo
e ele,
ele ninguém.
Portanto, ele sem missão, nem assassino, nem morto, nem bandido, ele num pecado não consumado, meio jogado no inferno e eu meio morto,
pensei que quem não me mata me devolve a vida.
e minha mãe não espera
e meu pai tem netos
e deus não existe muito.
O filho no mesmo caminho, metade do caminho filho, outra metade namorado, agora dois caminhos:
Inteiro ou fragmentado. A faca que não te corta de fragmenta, te explode numa compilação dos livros que você leu e deixou de ler, por uma noite curta Descartes e você poderiam discutir os fundamentos e as alegorias de nascer e findar.
E eu findei,
vivo.
No outro dia de vida, depois que a gente morre, amor pesa 3 quilos inteiros no peito.
Caderno são onças mal pintadas e pretensiosas, querem comunicar e se mostram inertes depois da faca, na cabeça do homem, a faca, é a maior romancista-dramaturga-poetisa-autora-novelista-novena-puta-aviadora-deputada-e-escandinavia do mundo. (com o perdão dos excessos, quis usar as palavras que nunca escrevi). Não me lembro da Escandinávia por aqui, portanto, registro aqui a relação e se amanhã eu me encontrar com outro material ferroso que se estimulado por um bíceps pode me congelar no tempo, deixo o registro e meus préstimos a essa palavra tão cheia de consoantes.
Escandinávia
Escandinávia
Washington. E jamelão.
es como tener dos almas, estoy muriendo, estoy muriendo, estoy muriendo.
minha mãe me esperando pra sempre por uma semana inteira.
meu pai avô de neto nenhum.
deus portando uma metralhadora, entre nuvens e sarcófagos,
e eu,
andando.
e ele,
vivendo,
e a faca
cortando,
e eu,
sobrevivendo
e ele,
ele ninguém.
Portanto, ele sem missão, nem assassino, nem morto, nem bandido, ele num pecado não consumado, meio jogado no inferno e eu meio morto,
pensei que quem não me mata me devolve a vida.
e minha mãe não espera
e meu pai tem netos
e deus não existe muito.
O filho no mesmo caminho, metade do caminho filho, outra metade namorado, agora dois caminhos:
Inteiro ou fragmentado. A faca que não te corta de fragmenta, te explode numa compilação dos livros que você leu e deixou de ler, por uma noite curta Descartes e você poderiam discutir os fundamentos e as alegorias de nascer e findar.
E eu findei,
vivo.
No outro dia de vida, depois que a gente morre, amor pesa 3 quilos inteiros no peito.
Caderno são onças mal pintadas e pretensiosas, querem comunicar e se mostram inertes depois da faca, na cabeça do homem, a faca, é a maior romancista-dramaturga-poetisa-autora-novelista-novena-puta-aviadora-deputada-e-escandinavia do mundo. (com o perdão dos excessos, quis usar as palavras que nunca escrevi). Não me lembro da Escandinávia por aqui, portanto, registro aqui a relação e se amanhã eu me encontrar com outro material ferroso que se estimulado por um bíceps pode me congelar no tempo, deixo o registro e meus préstimos a essa palavra tão cheia de consoantes.
Escandinávia
Escandinávia
Washington. E jamelão.
es como tener dos almas, estoy muriendo, estoy muriendo, estoy muriendo.
segunda-feira, 2 de abril de 2012
SCHOPENHAUER - A arte de escrever
A maior parte de todo o saber humano, em cada um dos seus gêneros, existe apenas no papel, nos livros, nessa memória de papel da humanidade. Apenas uma pequena parte está realmente viva, a cada momento dado, em algumas cabeças. Trata-se de uma consequência, sobretudo da brevidade e da incerteza da vida, mas também da indolência e da busca de prazer por parte dos homens. Cada geração que passa rapidamente alcança, de todo o saber humano, somente aquilo de que ela precisa. Em seguida desaparece. A maioria dos eruditos é muito superficial. Segue-se, cheia de esperanças, uma nova geração que não sabe nada e tem de aprender tudo desde o início; de novo ela apanha aquilo que consegue ou aquilo de que pode precisar sua curta viagem , depois desaparece igualmente. Assim, que desgraça seria para o saber humano se não houvesse a escrita e a imprensa!
escrever é organizar "querer", "observação", "desejos" e "intuição" no mesmo "gesto". Se "drama" é ação, vejo a necessidade de qualificar cada fala, dentro da "dramaturgia", como um "gesto". Então, cada "gesto" se organiza no outro, o dramaturgo sistematiza uma idéia, qualifica a forma e recorta as outras interpretações para que a linguagem aconteça no querer, na observação, nos desejos e na intuição do outro.
escrever é ser leitor de si, enquanto pessoa. É importante que o artista-você saiba ler o ser humano-você.
é importante pensar que a dramaturgia antes de virar ação, é sensação e ímpeto.
então escreva os teus gestos com a força das costelas, depois dos braços e por fim das mãos, faça do gesto um ritmo de evolução da força, mova a força ao objetivo, faça do gesto a única vontade do objeto-personagem.
escrever é ser leitor de si, enquanto pessoa. É importante que o artista-você saiba ler o ser humano-você.
é importante pensar que a dramaturgia antes de virar ação, é sensação e ímpeto.
então escreva os teus gestos com a força das costelas, depois dos braços e por fim das mãos, faça do gesto um ritmo de evolução da força, mova a força ao objetivo, faça do gesto a única vontade do objeto-personagem.
Setlist do DJ meu pai.
A Lista
Oswaldo Montenegro
Faça uma lista de grandes amigos
Quem você mais via há dez anos atrás
Quantos você ainda vê todo dia
Quantos você já não encontra mais...
Faça uma lista dos sonhos que tinha
Quantos você desistiu de sonhar!
Quantos amores jurados pra sempre
Quantos você conseguiu preservar...
Onde você ainda se reconhece
Na foto passada ou no espelho de agora?
Hoje é do jeito que achou que seria
Quantos amigos você jogou fora?
Quantos mistérios que você sondava
Quantos você conseguiu entender?
Quantos segredos que você guardava
Hoje são bobos ninguém quer saber?
Quantas mentiras você condenava?
Quantas você teve que cometer?
Quantos defeitos sanados com o tempo
Eram o melhor que havia em você?
Quantas canções que você não cantava
Hoje assobia pra sobreviver?
Quantas pessoas que você amava
Hoje acredita que amam você?
Tragédia Tecnológica
Aqui quem grita não é mais o bode, o que grita é a placa mãe em falência múltipla do sistema, presidente. Presidente... Não existe mais um cidadão. O que vemos aqui é uma aparelhagem complexa de homens que se estendem em 5, 6, 7 pessoas virtuais e que vão derrubar você, presidente.
Aqui quem grita não é mais o bode, o que grita é a placa mãe em falência múltipla do sistema, presidente. Presidente... Não existe mais um cidadão. O que vemos aqui é uma aparelhagem complexa de homens que se estendem em 5, 6, 7 pessoas virtuais e que vão derrubar você, presidente.
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