domingo, 29 de abril de 2012

I hurt myself today

O sentido da vida. Parece-me essencial discorrer à respeito das formas de vida que a existência nos apresenta, de forma que, a minha própria forma alcance a tomada de consciência ainda que por meio das palavras – Palavras definem procedimentos, ao menos na minha cabeça, e, portanto, palavras são toda a verdade que precisamos para medir 1,2 ou 3 arquiteturas intelectuais e sensíveis. Neste caso o texto ganha um caráter enciclopédico de definir as coisas, mas a escolha do vocabulário é quem define o sentido real das coisas. Uma pena termos perdido grande parte do sentido das palavras. Sobre a dor em primeiro lugar – A dor física é nada diante das chicotadas no espírito, uma ferida na carne pode-se lamber e com o sabor do próprio sangue vir a projetar a gravidade do ferimento, já o espírito não se pode experimentar, esta aí uma força vital que não se pode lamber ou imaginar o gosto, ao contrário da carne o espírito não cheira. Portanto os males da alma devem ser expressos de forma lírica “eu te amo”,” eu te odeio”, e já os males do corpo, estes rasteiros e banais diante do já citado, cheiram, exalam e comunicam-se com o outro desta forma direta e menor, desta forma tátil. Quando bebês as dores físicas são sim as mais fundamentais, mas a medida que crescemos e tomamos qualquer tipo de consciência e temos qualquer opinião diante da vida, tendemos a perceber o fim das coisas, o fim dos nossos menores problemas, tais como a fome, a sede e a dor. Estas nada são diante da saudade, do amor, do ódio e das frustrações. Ontem mesmo, com o socar da chuva nas telhas, deitei ao lado de um bebê que ninava profundo, cada inspiração me deixava aflito do pequeno ser levitar e eu perder o controle sobre ele, pensei: “tu dormes macio e nem precisas pensar que precisamos sobreviver”, um sentimento Encólpio (Satyricon), eu “heroífiquei-me” diante da criança, como se com a tomada de consciência eu fosse mais e, portanto, muito diante dele. Diante dos inocentes a consciência tende a ver-se no macro. Todos os dois, o inocente e o consciente, uma denominação humana de ser, uma forma boba de ver-se diante do mundo, quase uma representação do nada que o lírico pretende na poesia.

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