sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Paulo Autran - Sem Comentários

Uma fotobiografia com os deliciosos comentários do mestre Autran! Um show de humanidade e humildade em cada palavra. A forma como ele descreve os processos e encarava as críticas. O jeito de entender o lado dos outros. Isso sem contar, os autores e peças que o próprio Autran viveu e de alguma forma imprime no livro a essência de cada um. O ator que não ler não será jamais um ator completo. Por enquanto é só!

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Público de Teatro.

Para onde foi? Mágicos fazendo mágicas para mágicos não tem graça alguma. E é isso que eu venho percebendo teatro hoje em dia é visto por estudantes de teatro. E as peças já vem com uma linguagem para pessoas do meio. Eu penso que 70% do público seja de alguma forma ligado ao teatro. O público já é pouco, então se formos contar só com os 30% restantes eu vejo poucas esperanças artísticas no Brasil. Não que seja errado, mas é de assustar que isso aconteça assim, fazer teatro para atores é perder um pouco o brilho, como o mágico que sabe muito bem que o coelho não mora na cartola. E teremos público no futuro? Creio que sem público "comum" o teatro desperte cada vez menos nas pessoas, e o teatro se feche entre quem o descobriu por si só.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Download.

Monólogos Internos - Meu Universo Constrangido



http://www.4shared.com/file/134655540/f29e0c13/Monlogos_Internos_-_Meu_Universo_Constrangido.html


Quem baixar... por favor comente ;)

410 Visualizações.

Sei que é muito pouco no âmbito da internet. Mas isso me impressiona, quem eu sei que lê com freqüência são aproximadamente 15 ou 20 pessoas. Tão curioso isso. Tenho curiosidade de saber a opinião, profissão e idéias dessas outras pessoas... Sinto-me falando pra mais gente do que esperava. Talvez sejam só conhecidos mesmo ou talvez meu blog tenha saído do controle e eu esteja mais famoso do que penso hehe. Bom, obrigado a todos e que este blog sirva para dividir e acrescentar, como sempre foi minha intenção. Abraços

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

O Estrangeiro - Albert Camus

Um dos mais inspiradores livros da história. Inspirou Chico Buarque em ESTORVO. E ambos me inspiraram no meu " ensaio". O Estrangeiro é narrado em primeira pessoa e transmite um desespero cruel. Uma crítica muito filosófica de "o que é ser humano" e "para que ser humano ?". É refinado e clássico. Mersault ( personagem do livro) é de certa forma estrangeiro no mundo mas residente em todos nós. Pelo menos em mim. Camus narra cada fato com o olhar do homem cotidiano e a delicadez do autor que não entra na frente da personagem. Com esse livro acho que aprendi muito sobre escrever criar e entender um livro. Assim como ESTORVO foi um dos livros que mudarão minha vida.
"O mar trouxe um sopro espesso e ardente. Pareceu-me que o céu se abria em toda sua extensão deixando chover fogo. Todo o meu ser se retesou e crispei a mão sobre o revólver. O gatilho cedeu, toquei o ventre polido da coronha e foi aí, no barulho ao mesmo tempo seco e ensurdecedor, que tudo começou. Sacudi o suor e o sol. Compreendi que destruíra o equilíbrio do dia, o silêncio excepcional de uma praia onde havia sido feliz. Então atirei quatro vezes ainda num corpo inerte em que as balas se enterravam sem que se desse por isso. E era como se desse quatro batidas secas na porta da desgraça"


-Albert Camus. O Estrangeiro*

O Livro dos Monstros Guardados

Um grande trabalho. De atores de direção de roteiro e cenário. Das melhores peças que vi nos últimos tempos. Tem uma direção ousada e quase secreta, emprega movimentos desconexos que ao fim se transformam na solução do texto. Tudo amarrado e preciso. Fiquei feliz, muito feliz. Direção de Zé Henrique de Paula (sem dúvidas um dos maiores diretores do Brasil) tem sutileza e imagem. É inteligente e vai aos pontos certos. Quando os monólogos começam são o texto. Quando terminam e passam pela partitura são clássicos. O figurino tem algo de Almodovar. A peça tem lances expressionistas, não consegui definir bem um estilo. E nem acho necessário, a peça se explica por si só. Engraçado que eu já tive aula com o Zé Henrique e ,talvez por isso tenha entendido muito da peça. Os movimentos as intenções as partituras a colocação da voz. Senti-me assistindo além da peça, acho que vi também o processo. O Estilo do Zé Henrique em tudo.

Acho fantástico quando tudo acontece. Atores texto direção figurinos cenário iluminação

Com Daniel Tavares ( Manual para atropelas Cachorro)

Fabio Redkowics

Fábio Pietro

Pátricia Pichamone

Luciano Gatti

Otavio Martins

E minha mais nova mestra Sandra Corveloni. ( Linha de Passe)

Todos atores em atuações verdadeiras e totalmente verossímeis. Um espetáculo.

Texto de Rafael Primot. Quero ver mais coisas do moço. Parece promissor. O livro dos monstros guardados já é um grande texto.

domingo, 20 de setembro de 2009

Começo e Fim

Essa semana entrei em um processo estranho. Achei que escrevia um livro que começou aqui nesse blog. Da última postagem se desenrolou uma narrativa que durou 5 cápitulos... E lá se forão 3 dias sem dormir. Pensando nisso . Só nisso. Concentração gostosa e produtiva. Logo disponibilizo o resultado pra download

adianto o nome " Monólogos Interiores. Meu Universo Constrangido"

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Gente Velha...

Engraçado... Sempre achei que gente velha dormia preocupada demais pra quem está dormindo, hoje olhando bem acho que o contato da carne mole com o travesseiro faz o rosto ficar franzido e os olhos afundarem um pouco. A testa retesada e os lábios serrados. Metade do rosto serena e a outra carrega todos os problemas do mundo. Engraçado.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Artur Azevedo - Breve

Primeira Impressão

Um importante homem de teatro. Tanto em "O Mambembe" quanto em "A Capital Federal" a ficha demorou para cair, sua relevância não ficou clara para mim,como espectador, mas agora levando os estudos a outro nível e fazendo a análise ativa de algumas cenas percebo um teatro importante e não importado, brasileiro. Um teatro trabalhoso para o ator e fácil para o espectador, interessante esse paradoxo, sinceramente não vejo grandes ideologias em seus textos, mas sinto uma paixão de teatro muito mais importante, talvez a ideologia seja mesmo a paixão. Personagens criadas só com a situação, encantadoras mesmo, e é engraçado ver como podemos falhar nisso, se tentarmos desenhar um sentimento ou uma vida real , de nada valerá o esforço, mas se dermos ao texto a nossa vontade, o texto agradece e a cena rola com naturalidade.

Os Artistas - em alguns casos

Vindo da tela o do palco o artista deve ser comum e costumeiro ao espectador. Sem grandes poses ou deformações intelectualizadas, deve reproduzir o real de forma genial e clara, para atingir fundo quem se depara com sua obra, a personagem deve ter pulsação humana sempre. Assim como o quadro deve ter aquelas cores da vida, as cores que farão alguém se lembrar de um sentimento ou sensação, arte deve ser simples e não medíocre. Simples e apurada simples e inteligente, sempre.

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Arriscando-me a escrever a escrever parte 2

Engraçado como essa vontade de " versar " voltou assim de repente e com esse eu lírico tão sofrido ...


É coisa minha.

Quem sabe assim eu esqueça

Abraçada em todos retratos

Com um corpo sem cabeça

Espero não lembrar de ti

Quando esquecer da cebola

Você chorou e eu ri

Aquela janta foi tão boa

Hoje chorei de rir

Ninguém me chamou de puta

Quando quis vestir

Aquela saia mais curta

Na rua vi um filho que queria

Que fosse meu

Pulando num colo

Que queria que fosse teu

Em casa choro

Mas na minha idade

Mesmo que não adiante

Preciso me fazer de forte

Mesmo que na verdade

Eu vá chorando não ter a sorte

Da sua namorada

Mais moça

Mais linda

E mais grávida

Arriscando-me a escrever a escrever

Versos do amor psicótico.

Amo você nos nossos filhos
Amo seu olhar e a curva nos cílios
Pouco me importa se tem outra
Por que amo feito louca.

Não faço planos
Nem questão
Não sei se nos amamos
Ou se tem tesão

E se tens outra
Amo como me engana
Mente com um beijo na boca
Que serei sempre quem te ama

Se quando bebe apanho
Amo te ver marcado no meu corpo
Durante o banho
E quero uma surra sem tamanho
Nos dias em que chega deita e dorme feito um estranho

Como não suporto esses dias
Prefiro aquele seu sexo egoísta
Com jeito de turista
Que me visita e me evita
Até o próximo verão

Pouco importam os filhos
Já que não te amarram
E nem te fazem voltar cedo do serviço
Se outras mulheres te agarram
Eu juro que não ligo pra isso
Mas se agarram, faça o que for preciso.
Por que eu preciso dos teus cílios
Eles fiéis ou infiéis
São olhos de narciso
Que merecem meu amor e meus pastéis
Com seu jantar sempre servido e um sorriso
Sorriso do teu amor
Que não sabe e não quer saber
O que é amar sem sentir dor

http://www.orkut.com.br/Main#CommMsgs?cmm=14945&tid=5378583786709891534&start=1

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

O Mundo gira e tem pessoas que continuam tão quadradas ...

domingo, 6 de setembro de 2009

Sobre Coronelismo

Nunca superiores devem tomar precauções por um grupo artístico, um grupo que tende a arte deve sofrer seus erros e aprender com eles, sou muito a favor disso, a favor de que arte se faz com um aprendizado de vida, erros e acertos coesos do grupo, nunca um coronel deve vetar um projeto em nome de algo que não seja o melhoramento artístico, assassinar projetos e estilos não cabe a quem não convive com o grupo eu aceitaria mais contente se fosse um decisão extraída de todos que participam do projeto e não uma ordem superior de alguém que não confia no resultado dos próprios métodos. Não que a nova proposta seja desinteressante ( eu até gosto e muito) mas ela foi quase que imposta e não acredito em imposições na arte, espero que o grupo aceite e faça o melhor ( certamente é o que vai acontecer) mas sempre e sempre que puder pretendo fazer arte com grupo arte de resultado e processo e não arte de bilheteria e nome. Prefiro errar por tentativa que acertar por imposição

terça-feira, 1 de setembro de 2009

ESTORVO . Chico Buarque de Hollanda

Um momento muito Chico na minha vida, primeiro eu vim descobrindo algumas das antigas depois me peguei escrevendo com alguma métrica buarqueana (quem dera não fosse ilusão) e surgiu o projeto da Ópera do Malandro, minhas imitações do Chico pro espelho talvez tenham de ser mostradas e isso é estranho. Fui procurar a Ópera pra ler e encontrei ESTORVO, claro que comprei claro que li claro que é fantástico. Um livro com narrativa densa mas tão gostoso de se ler que nem parece um ensaio no fio da navalha, cada palavra esta a um passo de ir pra loucura ou pro surrealismo é tão desconstruído o pensamento da personagem que é fácil achar que o Chico perdeu a mão , mas definitivamente ali existe muita consciência de onde se quer levar o leitor. Ok, eu percebi algumas canções embutidas e umas sonoridades muito musicais, mas e daí? Vai ver era mesmo a idéia; se criar um livro que soa como música na língua enquanto se lê. Palavras incomuns são usadas com a leveza e naturalidade que dão sentido ao verbo ou ao substantivo que nunca ouvimos ou lemos e isso sim é saber escrever em bom português, não tem ar de Fernando Collor de Mello discursando um Aurélio (Buarque de Hollanda) como quem come macarrão e pensa que é Pato com Laranjas, Collor usa todas as palavras que lembra no mesmo verso e ainda termina com um substantivo que só o impeachment (consultei o google para não errar na escrita de impeachment) pode criar, mas o fato é que no seu romance de estréia (ESTORVO) Chico acertou em cheio e teve coragem para acertar por que é uma narrativa ousada de se fazer, mas o resultado foi dos melhores. Adorei ter lido por acidente. E adoro falar "ESTORVO" enche a boca essa palavra, que tem jeito de coisa russa... "ESTORVO" ESTORVO" “ESTORVO”








Hino de Duran:





E mesmo nas galeras és nocivo, és um ESTORVO, és um tumor.
Que Deus te proteja.
És preso comum Na cela faltava esse um.