sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

O herói da vida moderna e paulistana

Não é mago do reino, não tem conhecimento técnico para tal... Seu tracejado é inerente à outra vontade, é volátil como um capricho, mas é intenso como o Sol. Como os cavaleiros burros que só sabem fincar espadas, ele quase sem cultura só sabe fazer o que quer, ele corre em direção ao Sol como um tal de Roberto Zucco. Deixa pelo caminho uma legião de espectadores indecisos, só ele tem certezas, só ele pode. Seu sucesso de alguma forma redime a todos nós, ele que sem poder, estudou na mais cara escola de cavalaria do reino de São Paulo e hoje trabalha para o rei, tem um séqüito de seguidoras e por uma falha trágica que atravessa florestas e cumes, só quer saber de ir mais longe, como um tal de Roberto Zucco. Ele quer atravessar o Sol, e eu realmente acho que ele vai atravessar o Sol, vai atravessar com os dentes, pra trás ele deixa desgraças familiares, pobreza e inveja. Ele que é um gênio desses destinados, um Lula, um Roberto Carlos, um gênio que não lê Freud nem aprecia Balzac, ele não precisa, é um genuíno gênio do povo brasileiro e sua riqueza mora no “vamo que vamo”, no “é nóis”. Com o pai ignorante e amor sublime pela mãe, ele galgou cada légua dessa longa jornada fama adentro. A riqueza dele mora na carne, mora no suor quase braçal que derrama a cada chance que a vida lhe abre. É um Cazuza pouco bonito. De fé e de talento ele existe. Acho que ele será uma estrela explosiva, como foi Cazuza, como foi... Roberto Zucco.

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