quarta-feira, 22 de setembro de 2010
Clássicos na solidão da caminhada
Ele deitado na calçada, ao lado do churrasquinho, com o olhar fixo, ele deitado, descansando a vida, mas extremamente compromissado, é característica dos cães serem assim, obstinados, focados e concentrados, vira-latas geralmente tem pressa, correm para todos os lugares, não sei pra onde ,mas é assim, eles sempre focados vão se enfiando entre os carros ou tamborilando as unhas no asfalto. Eu voltando com meu Bergman enfiado na sacolinha, pensei na razão de eu alugar filmes, pra que? Pra que? Legal mesmo é cobiçar churrasquinho o dia todo, ou esperar o dono chegar. Engraçado como o cachorro conseguiu acabar com meu dia, me senti preocupado demais perto dele, desnecessariamente preocupado. O tempo vai passar e eu vou esquecer dos filmes que vi, no corpo só vai ficar o que eu comi, o que me sustentou e me manteve vivo... Mas hoje, o que me mantém vivo é a descoberta, meio como aquela coisa da bíblia "o pão é a realidade, mas o álcool é imaginação"... Tenho me alimentado mais de imaginação e aí eu me pergunto, o cão-concentrado queria mesmo o real? Quem quer o real? Quem vive do real? Ninguém tem colhões pra viver a vida, não mesmo... Por isso e só por isso, existem locadoras em todos os bairros da cidade.
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Um dia você acaba percebendo que é só mais um cachorrinho, sentado em frente ao forno de frango, sonhando com algo que provavelmente não será seu. A única diferença, é que o seu churrasquinho está em uma embalagem mais 'cult'...
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