sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Luz branca

Apaixonei-me por luzes, entendi os astros e o tamanho do natural. Respeito médicos e matemáticos. Eles fazem uma parte que eu não saberia fazer. Lançaria-me em um rio e não estancaria uma hemorragia... Estou com a cabeça pra fora d’água e correntes subaquáticas me carregando pra longe. Encontrei, reencontrei, fiquei mais alto que um amigo. A cerveja ainda continua um pouco amarga e eu ainda não desisti. Eu deveria ter plantado um feijão no dia primeiro do ano passado, hoje eu teria uma obra para contemplar. Ganhei músculos, fiquei todo redondinho sem camisa. Dias de adulto, comida no por quilo. A leve impressão de que tenho menos cílios do que no ano passado. As mulheres perderam o mistério profundo. Sinto que o mundo vive um fim, e eu me despedindo de olhos abertos. Olhos que não choram desde o ano 2000. Notícias como nada. Juras, choros, suspiros, flertes, saltos e mergulhos e o mundo cheio de papéis definidos e mal defendidos. Fotos como retrato da carência e as noites como redenção da melancolia. A esperança do dia e todo dia correndo para uma noite. Rir do fracasso se mostra essencial. Tá todo mundo se despedindo e ninguém quer ficar sozinho. Só os velhos que ficam sorrindo sabem do que a vida é capaz e o passado é muito honesto com todo mundo. Os tios velhos torcendo por mim. Amor na minha vida.

O ano mais arriscado da minha história e meu irmão apanhando de passarinhos.

Eu que vivi todos os dias do ano e devo me lembrar de no máximo 50 crepúsculos.
O antigo ainda é meu. Novos cheiros, lugares e mares em uma cama. Vontade de mastigar delícias, casar com loucas, lutar com bandidos e escrever tudo, ganhar prêmios e sacanear na premiação, me fazer de bobo, dizer que foi tudo idéia da minha mãe. Agora sou um herói de bang-bang para maiores de 18 anos. Tenho caminho e perdi o medo da polícia, cometeria crimes e dançaria com o demônio para tirar algumas dúvidas em relação ao bem e o mal. Um solstício em lâmpadas de led para toda a minha eternidade. Se eu for com 100, mais 80 anos no mundo. 2011 um ano doce. A Praça Roosevelt cobrando alguns favores, faço vídeos do clímax e vejo rostos de apagando, o único medo é o de não encontrar certas pessoas, lugares e idéias, a morte me abalou, a minha (única, exclusiva e surpreendente) não me preocupa, eu sofro pelo sonho dos outros.

Eu não quero perder ninguém.

Na boataria todo mundo se debatendo pra respirar um pouquinho do bem de alguém.

Cosmético como ungüento da burrice. Tristeza no carnaval.

Conheci gente que se chama ninguém e seres de mundo iluminado, abraço para quem instiga o lúcido e se abraça no nada.
Neste ano eu só queria ter chorado mais, por qualquer motivo, na flor da pele um jardim inteiro.

Meu melhor ano.

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