quarta-feira, 16 de março de 2011

De uma quase peça

Nada é natural, como se agora as árvores pudessem disparar laranjas, como se as maçãs, numa rebelião de maçãs, pudessem nascer todas com minhoquinhas purulentas que a gente só vê nos gibis. Não existem pais, nem mães, nem paz. Tou vendo que no mundo a gente só fala discussão e grita concordância, tudo é discussão, tudo é convencimento, negócio, vontade-contra-vontade. Gripados tomando suco de laranja, anêmicos comendo fígado, só sabemos agir no depois, depois da existência, depois do fodido. Depois do “fodeu!”.


... Tou aqui seguindo pássaros pra ver se encontro uma alma irmã, uma fé, uma torta de amoras largada na janela, percebo que as tortas de amora moram nos filmes, e eu moro na vida.

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