terça-feira, 21 de dezembro de 2010

E as flores tristes na janela

Final do ano e as flores tristes na janela continuam tristes, apesar do Sol e apesar da paisagem da janela ter mudado um bocado. Conheci gênios, burros, meninas, mulheres, amigos e outros amigos. Não terminei meu romance, mas escrevi 2 peças que não imaginei que pudesse escrever, assim, sem planejar, ou sem sofrer alguma coisa, simplesmente vieram e fiquei feliz. Assim como veio o teste, depois o ensaio, depois a estréia, depois a estabilidade e por fim o APCA para confirmar a direção do barco. Sou novo em um projeto antigo e divido o palco com a memória de um mestre, isso também me fez fe(Liz). Dirigi, fui dirigido. Recebi o respeito de uma atriz incrível e a confiança de um ator maravilhoso, fui recebido com meu texto, meu olhar e meus métodos, foi bonito me ver errar. Resultei bem na promessa de um ano atrás, acho que me dei bem. Satyrianas e novos objetivos. Dolosas Coxas e novas idéias. Dei aulas que não sabia que poderia dar, dirigi uma peça que nunca imaginei que poderia dirigir, uma peça falando sobre coisas reais, sem poesia, sem falar do meu umbigo, dei voz para quem queria falar. Como já era de se esperar eu erro cada vez mais com as mulheres e por alguma lei das coisas estranhas, apenas as meninas mais puras, gentis e que não deveriam estar no mundo, se aproximam de mim, esse ano eu vi gente chorar e não pude fazer nada. Tomei um porre com meu irmão. Conheci uma paraguaia que traduz o que eu queria ser, sincera ao extremo, autêntica de uma forma tão pura, uma paraguaia que não aprendeu a mentir em português. Entrei num curso só pra conhecer gente, e fiz trabalhos só pra não ficar sozinho em casa. Conheci um método incrível e um resultado pulsante. Fiz um parceiro de estrada e vi meu túmulo no distante cemitério de elefantes que a vida nos reserva. Perdi 5 quilos. Planejo um ano novo sem meus pais e acho que isso é uma revolução burra e egoísta, mas também acho que é autêntica e necessária. Sou assistente de direção e sou feliz, sou ator e sou feliz. Vivi noites incríveis na falta do que fazer, mas ricas na poesia, no conhecer e nos olhos nos olhos. Queria escrever sobre cada minuto incrível do ano. Continuei amigo dos meus melhores amigos, coisa difícil se fazer quando a vida toma rumos tão diferentes, eu sou um artista e sofro algumas conseqüências por isso, mas de qualquer forma, as flores tristes na janela estão mais vivas, agora só me falta sair da janela e ir pra rua. Depois do melhor ano da minha vida, o que vem? Passei a máquina no cabelo. Um beijo, boa noite e se cuida viu?

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