sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Vários relógios

A Praça Roosevelt. Lá a gente faz conta no LaBarca no bar da Margot e as vezes a gente compra banana com o tiozinho da banca de frutas. Lá a gente procura amigos na platéia, encontra amigos na coxia e faz amigos na oficina, a coisa toda se resume no acontecer, as coisas vão acontecendo com calma e tempo, alguém que você cumprimentou de passagem, com os olhos baixos, em frente ao parlapatões, certamente vai te esperar depois do Zucco pra "te dar um beijo e dizer que tá chocado com a peça". Lá a gente chega as 14:00 e às 18:00 a gente tem um novo conceito teatral, onde genial mesmo é a trilha sonora ser feita com toques polifônicos, a delicia dauqele teatro é que tudo acontece como o gelo, o tempo deixa cada vez mais interessante, mais brilhante e transparente. De noite a noite não acaba, você vai, volta, fica, dorme e a sensação é de que a praça ficou te esperando voltar, como se a Marquise condenada pudesse sentir saudades dos meus olhares soltos na janela da sala de ensaio. E as mulheres da praça? Essas estão sempre de passagem, indo e vindo, atrasadas pra aula ou pro ensaio, cabelos lisos vem soltos, cabelos encaracolados vem... Encaracolados. Os olhos sempre olham nos olhos e os quiches da Margot sempre quentes e solitários ao lado das empadas que só eu como.

2 comentários:

  1. teus escritos todos me fitam de soslaio. te ler me dá um frio na barriga que-só-vendo. ê´ poetinha incômodo. urhg

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