terça-feira, 17 de agosto de 2010

Os olhos tristes na janela

Em algum lugar da minha memória mora um casal triste que anda se amparando nos passeios, um casal que costuma inclinar a cabeça em qualquer ombro. Lembro deles entre suspiros, embaixo de uma luz azul-madrugada eu sempre lembro deles, é um tipo de amor que nunca tive, o casal cansado no ônibus ou o casal cansado em alguma fila de banco. A gente que vive com esse amor triste é engraçada, esses dias eu vi um casal assim, eles estavam morrendo ali pela Praça Roosevelt, engraçado que eles são felizes na sua tristeza misturada, apesar dos olhos baixos de ambos, sinto que as pessoas ao redor sentem inveja... Eu já quis sentir... Lembro dos tipos urbanos que hoje me fazem falta e que agora sou obrigado a procurar eu mesmo... Os tipos da Praça carregam em si um olhar de outra existência, de outra freqüência.

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