sábado, 21 de agosto de 2010

Atrás do amor.

Ontem em Roberto Zucco, como de costume procurei o lindo da noite, procurei a beleza no escuro, encontrei. Tinha um casal na última fileira, que não consegui reparar se era um rapaz e uma jovem ou um jovem e um rapaz, o que importa é que eram carinhosos, durante toda a apresentação eu os percebi atentos, porém, faziam carinhos durante cada cena, mão no cabelo, mão na orelha, cabeça no ombro, cabeça com cabeça, coisas de namorados em carinhos secretos , mais que em um gesto automático eles declaravam-se calados. Na última fileira de uma das arquibancadas só estavam os dois em uma ponta, acho que se isolaram por querer, ou talvez tenham dado sorte, a sorte dos amantes no teatro, a sorte da solidão acompanhada e pública. Fui embora com essa imagem na cabeça, as sombras crescendo braços na contraluz e afagando-se mutuamente.

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