domingo, 9 de maio de 2010

Do texto longo, 2° versão

Capítulo três –

Sarah poderia ter estudado nos colégios da elite, talvez se estudasse não pudesse ir a todos os passeios e nem pudesse dar presentes em todos os aniversários, mas poderia ter estudado em um Santa Clara da vida sim. Poderia se o pai não acreditasse mais nas patas do Pena Branca do que no futuro da filha. Pena Branca, um garanhão gaúcho que corria no Jockey, um cavalo que comia capim e colégios de elite. Juvenal voltara para a casa andando, do Jockey até o bairro andando, suado, gordo, com calor até os ouvidos, perdeu tudo que tinha naquela tarde, perdeu como nunca havia perdido, parou oito vezes pelo caminho, molhou a camisa inteira, suava salgado e ácido, irritava a pele, a correntinha do pescoço cortava fino, ardia. Estava vermelho, com calor no estômago, abriu o zíper para tentar ventilar algo por ali, sentiu que agora o corpo estava molhado dentro da roupa quente e começou a suar frio... O dia estava mesmo uma merda. Seu Juvenal, pai de Sarah, chegou em casa naquele dia 15 minutos antes, escutou o carro de Carlinhos, sem saber que era de Carlinhos, assistiu a filha entrar e se fechar no quarto, seguiu o cheiro de jovem excitada que ficou pelo corredor, entrou no quarto e iniciou:

- Onde tava?

Nenhum comentário:

Postar um comentário