Existem mulheres que encantam por parecerem sempre sozinhas. Parecem alimentar-se em rotisseries pela vida, cabelos e olhos morenos, roupas leves, algo do verão por onde passam. Não entendo mas é uma classe encantadora. São agradáveis, meigas, respiram com leveza, nos fazem pensar que as queremos ao nosso lado em todos os dias que terminam com garoa, mas o segredo está justamente nisso, em não pertencerem à ninguém, em não sofrerem por nada, por serem vazias e não deixarem ninguém descobrir esse buraco, então vestem roupas de menina e saem por aí, criando paixões e deixando saudades, cravando eternas sensações. Não quero descobrir nenhuma dessas verdades, gosto dessas amantes que nunca tive, gosto desses encantos que só me fazem lembrar, uma vez eu encontrei o buraco vago de uma delas, me meti na tristeza que só pertencia à ela, descobri o segredo de uma criança sem pedir licença, por isso hoje eu fico de longe, afastado, rezando para não conhecer ninguém o bastante, ninguém ao nível de saber que o mundo inteiro é desapaixonado, nunca mais quero conhecer alguém até esse limite. Na verdade elas não apaixonam, elas encantam. Ando forte com essas coisas, tenho amigos que andam caindo por aí, não sei se quem vive são eles ou eu... Ou talvez eu já tenha vivido minha parte nessas coisas, ou talvez meu destino seja mesmo passar pela vida delas, como passo, como passei, como elas passam, como eu gosto que passem. Não há de ser um sofrimento, talvez não tenha nada a ver com paixão, amor ou tesão, é algo como amizade e admiração... Encanto e vontade de compreendê-las, saber de onde vem e para com vão
(se é que vão e se é que elas querem que alguém saiba).
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