domingo, 28 de fevereiro de 2010

Meus motivos

Por vezes pode parecer que meus textos e contos falam sobre relações familiares arruinadas, nada mais errado. Elas poderiam acontecer entre uma casa de desconhecidos, uma casa de amigos ou mesmo um asilo, basta juntar seres humanos para minha dramaturgia ganhar um motivo Com um olhar mais preciso, o leitor poderá perceber que eu falo basicamente da individualidade doentia de cada um de nós. Gosto do reflexo da vida dentro de cada um de nós, as coisas que nos mudam e nos criam, sem que nós possamos perceber, julgo que os caminhos que levaram nossas vidas a serem o que são, não podem ser sentidos apenas recordando ou interpretando-os, é preciso lê-los e assim desanuviar os sentidos para finalmente compreendermos que somos a seqüela do que vivemos e que geralmente estamos a um passo da loucura. Tento escrever e descrever a sensação que permeia minha mente, a sensação de que a coisa mais perigosa e inesperada do mundo é viver em família. Não julgo a família uma instituição falida ou algo assim, julgo-a importante, porém doentia, possessiva e solitária, nem um pai sabe de quem é pai, assim como nem uma mãe sabe exatamente o que pariu. Assim como todo casal se odeia de alguma forma. Não falo da família em si, falo de qualquer ser humano incomum e doente, incluso ou não em uma família. O importante é ele. Tento falar desses monstros inesperados, essas falhas de percurso de qualquer família, essas ovelhas negras. As minhas ovelhas negras.

2 comentários:

  1. E assim se pronuncia o "Friedrich" do século 21.

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  2. E assim minha auto estima sobe horrores... Haha valeu Zézinhoo! Brigadão por ser tão atencioso na revisão dos textos =]

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