segunda-feira, 2 de novembro de 2009

O Monólogo da Velha Apresentadora



Uma honra. Pude ver três vezes esse trabalho EXCEPCIONAL de ator, dramaturgia e TEATRO. Foram lindas todas às vezes. A primeira na pré-estréia. Segunda com meu pai e terceira hoje. Hoje por sinal foi o ultimo dia de peça, estava com uma energia sangrando no palco, oitenta pessoas lotaram o espaço dos satyros, os risos preenchiam completamente e o constrangimento que o texto causa era de deixar o ar pesado. Guzik expurga por ele e por nós nesse bem temperado drama-comédia-monólogo-dueto. Um dos maiores trabalhos de ator que já presenciei se não o maior. É pungente, vivo e asqueroso. Esse ser criado por Marcelo Mirisola é assustadoramente real e cotidiano, Chico Ribas tem algo que nos concentra fortemente a cada gesto seu. Josemir Kowalick acerta na direção, seu maior acerto foi deixar essa fluidez acontecer.



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O ponto alto sem dúvidas é a forma como Guzik trabalha a sua voz. De graves para agudos de agudos para vozes satíricas ou só articulando o que não se deve dizer. A colocação da voz foi perfeita, não percebi nenhum momento onde poderia aplicar-se outra proposta além da executada.



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O mestre que adorei ter agora me mostra o próximo passo: alcançar essa energia no palco essa qualidade extrema.



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Lendo sua coletânea de obras ( O Teatro de Alberto Guzik - Imprensa Oficial) percebo uma identidade jovem se estabelece em "Um Deus Cruel" um diretor "ranzinza" sendo bombardeado pelo tesão do eterno aluno, um texto maravilhoso.



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Um trabalho para ser lembrado. Por muito tempo. O Monólogo da velha apresentadora deixará saudades na Praça Roosevelt.


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