sexta-feira, 13 de novembro de 2009

O Retorno ao Deserto - Koltès

Inspirado na Obra de Bernard- Marie Koltès o espetáculo tem lindos desenhos e bonitas fotos. A direção é inteligente mas não precisa, oscilando entres grandes momentos e momentos mornos. Talvez o morno tenha ficado pelo estilo francês que ainda tinha um eco no espetáculo, contrastando muito com as atuações dos latinos. Sandra Corveloni modula a voz com maestria. Não perdi o foco em nenhum momento dela. Tem com corpo expressivo um olhar vivo e o tonos preciso. Catherine Marnas as vezes se rende à um humor mais rasgado que muito difere do sarcasmo da obra de Koltès. (Não conheço bem o autor, mas além de ouvir o texto li e conversei sobre.) As projeções são interessantes, ajudam a contar e tem uma estética muito adequada, no entanto algumas vezes atrasa ou dificulta o entendimento. O que mais chamou minha atenção nessa montagem foram as diferenças de interpretação. Os latinos vinham com uma voz pra fora um olhar vivo, energia, tonos, corpo e gestos mais precisos e fortes, contavam com o corpo todo e eram senhores do palco e de suas interpretações, enquanto isso os europeus tinham algo mais tímido e mais limitado, as vozes com poucas propostas, os ritmos menos desenhados e os corpos mais engessados. Ser ou não ser? Talvez na França nossos atores sejam os "estrangeiros" no palco, ou como fizeram aqui, também tenham roubado a cena.

As personagens dobradas me confundiram um pouco, acho que tiram um pouco o foco e o ritmo do texto, a proposta é interessante mas não tenho certeza se para esse texto “ bilíngüe”.

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Cenografia: Uma das melhores e maiores propostas que já vi em um palco, linda cenografia, simples e "fácil", além de em todos os movimentos ter uma proposta e ajudar a contar, é realmente um grande trabalho. Cenografia de Carlos Calvo.

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Um bonito espetáculo, com ótimas propostas e ótimos atores (Os protagonistas e seus respectivos filhos. Suas réplicas e Gisella Millas). Talvez não seja um espetáculo para o Brasil público, ou uma direção. Sei que é fundamental para atores e estudantes de teatro.

3 comentários:

  1. Tu acorda 06 da manhã para posta uma merda dessas, juro q tu fuma maconha mano.
    AHSUASHUASHUSahsuASHaus

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  2. é man... tem gente ainda leva esse blog à sério :P

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  3. Para mim só no início os atores brasileiros tinham muito mais energia, mas os atores franceses estavam mais inteiros, tinham domínio do personagem por completo e não fragmentado e tb ñ dispersavam suas energias ao longo da peça. Apesar de não dominar o francês eu senti muito mais a força das palavras interpretadas por eles do que pelos "nossos".

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