segunda-feira, 7 de maio de 2012

Sobre direção, teatro e vassouras.

O diretor permite que as imagens aconteçam, talvez seja uma das parábolas de uma boa direção a arte de permitir que as coisas venham do sensível e ganhem qualquer concretude no palco. O que é curioso já que o palco também é um cenário do abstrato na maioria das vezes. Ontem ao término do espetáculo a moça da limpeza aplaudiu, resolveu assistir a peça e parecia encantada com as coisas, porém, ao término da peça uma chave social virou, pois de espectadora ela voltou a ser funcionária, funcional, levantou-se e colocou-se a varrer o mesmo palco onde ela havia enxergado (esperamos) um naufrágio, um albergue, Roma, o mar e enfim, uma sequência de imaterialidades que ao término de 50 minutos puderam ser varridas por uma espectadora em especial, Ela nos deu uma aula de: Concretude.

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