sexta-feira, 23 de março de 2012

Sensações estrangeiras – Ensaio sobre o futuro coletivo.

Eu chego distante de mim, lendo, no geral, prosa. Eu projetado no meu alto, um eu que me assiste ler. Rolou uma lágrima daqui a uns 30, 40, 50 anos, ou dois dias. Mas que merda morrer, eu nunca mais vou ler um livro como esse. Henry Miller me fez ter mais medo da morte, o limite da memória. Se no final do dia o cansaço faz mais sentido que o sono, alguma coisa deixou de comunicar-se com nossos desejos mais profundos. Se a vida alcançará seu oposto, cedo, tarde, em breve ou agora, nossa função seria descansar, um descanso eterno, como preparo para uma partida que não tem Henry Miller (ou Bukowski) na estante. Estar vivo já nos despende muita energia. O mais certo seria acordarmos, e deitarmos para descansar de dormir. O sentido da vida, talvez para algum povo, ou para os homens comuns, seja simples como o nada: O sentido da vida talvez seja não cansar jamais.

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