quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Carlinhos contraía todos os músculos do corpo, não queria parecer flácido. A cama rangia e a imagem mental de Odete os fez paralisar no mesmo instante. Olharam-se, sorriram e concordaram (mudos) que deveriam continuar. Carlinhos olhou para o chão acarpetado, aos poucos foi criando uma avalanche de corpos, terminaram no chão e só então Sarah entregou-se de verdade, jogada no chão olhando para baixo da cama, reparou em um copo cheio de formigas, Carlinhos em sua melhor performance agradou. Sarah satisfeita, abriu a boca para falar alguma coisa, não tinha fôlego, falou sem voz e riu, muda, da própria exaustão. Otávio fora eclipsado pela química dos dois, então Sarah levantou-se, Carlinhos escutou barulho de água e ela voltou com uma toalha branca, jogou-lhe na cabeça e disse com jeito de menina:

- A gente tá namorando?



... Sarah foi gentil e doce, foi para a cozinha e cozinhou, queria ser lembrada também com algum sabor, quis ser única em alguma coisa e em alguma sensação:

- Eu cozinho! Cozinho pra você!


Trocaram-se juntos. Carlinhos ficou pronto por último por vez ou outra olhar para Sarah vestindo-se, como se não tivessem transado, ainda tinha curiosidade no corpo da menina, Sarah com o cabelo curto curvando-se no ombro, Sarah era sensual por natureza, e a natureza das coisas lhe parecia banal, o móvel de madeira constragido de ser constituído por no máximo 5 materiais... E ela, aos olhos dele, existia naquele quarto a partir de milhares de fibras, minerais e ajeitos do universo.

4 comentários:

  1. "e ajeitos do universo"... valha-me Deus! como você pode ser tão incrível? como?

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    1. o mundo precisa de mais romantismo... de mais sensibilidade e de mais pessoas "aos olhos" umas das outras...

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