sexta-feira, 15 de julho de 2011

Eu me lembro de longas despedidas no escuro. O fim do mundo vive nas minhas memórias, cada vez que lembro de um contato, de um gesto, tem cada vez mais vento e menos claridade, minhas lembranças vão se perdendo numa ventania gelada que passa varrendo a luz dos postes derrubados... Lembro de um prédio gigante onde eu apoiado era mais pesado que todas as estradas do mundo. Todo o concreto corrido e eu era mais pesado que o mar. Na distância de dois rostos, existiaalgum volume na atmosfera apaixonada, sentimentos petrificados levitando pesados no ar.... Pelo medo de sentir saudade. O peito aguado, e o coração rebolando na garganta. A sensação de sentir que dois seres estão sentindo a mesma coisa. Eram sonhos que escapavam coloridos pela janela das casas. E eu sempre acreditei em aviões que poderiam voar partidos, uma sensação de pedir perdão pra sempre e pra sempre ser perdoado.

2 comentários:

  1. Victoria Vasconcelos8 de agosto de 2011 às 05:24

    Me lembro das longas despedidas no escuro de uma platéia. Imóvel, extremamente tocada, com os olhos cheios d'água...sendo apenas uma criança.

    ResponderExcluir
  2. Obrigado ! Você assistiu algo no Satyros? É isso? Beijos.

    ResponderExcluir