quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Décima parte –

E eu passei horas soprando os teus olhos, imaginei que teus cílios dançando com o meu vento, talvez pudessem te fazer acordar de bom humor, assim sem querer, e que aí então, você deixaria a incandescência do abajur tomar o quarto, assim sem querer então, eu proporia um lanche de madrugada e você já acordada acharia uma grande idéia de namorados, quem sabe então nessa segunda excursão ao sono, eu talvez tivesse a sorte de embarcar antes. É que eu viro a noite sonhando com a hora que você acorda, louco pra saber os sonhos que eu não pude assistir nos teus olhos fechados... Louco pra te ver se espreguiçar, pra te ver me olhar pela primeira vez depois desse sono, nesse olhar tem sempre um brilho de reconhecimento, sempre, a cada instante que você não me vê, preparo olhares novos, olhares pra te ver acordar, olhar de quem te viu dormir.

Carlinhos achou brega. Rasgou e jogou no lixinho do escritório. Teve medo, buscou do lixo, rasgou, molhou na pia e jogou no lixinho do banheiro.

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