domingo, 7 de março de 2010

Doente de direção

Nunca mais conseguirei ver nada com olhos ralés e despretensioso, para mim as cenas do mundo são cheias de sentimentos e texturas, tudo que acontece pertence à um estilo, já fui em festas surrealistas, bares expressionistas e tantas outras coisas indefiníveis. Para quem segue o mundo da direção, viver atentamente é babar de vontade, não seria incrível dirigir um assalto à mão armada? Ou dirigir a primeira noite de sexo de um casal que acaba de se conhecer. Penso que o grande jogo de dominós que alguns chamam de “destino” é algo lindo de se observar. Às vezes quando me vejo sozinho em algum lugar, seja no meu quarto, seja no último vagão do metrô, fico cismado em “como só eu no mundo todo estou aqui”, qual a função dramática desta minha ação no espetáculo? Eu queria poder dirigir cenas da vida real, até dirijo, mas só eu vejo.

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