Minha profissão. (escrevo às 02:13 ao som de Roda Viva)
Minha profissão depende dos maiores e mais generosos intelectuais. Homens e mulheres que cultuam os jovens, não com uma adoração impossível ou saudosista, mas com um tesão que só pode ser explicado pelos seus gestos. Pessoas já graduadas como mestres ou premiadas no mundo inteiro, pessoas que a qualquer hora sem mais nem por que, podem vir discutir a sua cena, a cena de um iniciante em teatro. Essa vontade de ensinar e aprender, sinceramente me fascina. Homens que escrevem livros para o futuro, cartas desse tempo lançadas na esperança de que essa profissão e esse sentimento jamais tenham fim.
Como Zé Renato, o furacão do teatro de arena que abalou toda uma concepção estética e física. Esse homem. Esse homem de teatro, que com seus 85 anos ainda produz excelentes peças (se não as melhores do circuito) como Chapetuba (do Vianinha) e Lágrimas de um Guarda-Chuva ( Eid Ribeiro ) esse homem que agora ganha uma biografia com o subtítulo de “ Energia eterna” e realmente é acertado o título, ainda que eu pense que deveria ser coroado com “Generosidade” ou “ Arte”.
Na noite de autógrafos do livro, não sei se fui o único, mas senti uma agonia, em ver que todos esses gênios estavam transformando-se em “história do Brasil”, sendo que o Brasil não precisa de história... Precisa de presente. Essa nova geração que teve contato com os mestres, não pode de forma alguma desistir. Tem como obrigação ao menos levar isso adiante, melhorar, situar-se na sociedade como verdadeiros e sinceros artistas.
“Zé Renato” guarde esse nome, você ainda vai ouvir falar muito (mais) nele.
Agora vou ler as novas aquisições: O Teatro de Alberto Guzik (coletânea de peças) & José Renato – energia eterna. ( Hersch Basbaum.)...
Logo menos rasgo mais seda por aqui.
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