segunda-feira, 6 de julho de 2009

Liz / Satyros / Duff

É sincera. Com certeza é uma montagem dos SATYROS. Tem a cara da companhia as cores e o tamanho desse ideal tão interessante e pungente dos Satyros, que é fazer um teatro de qualidade e de cara nova, limpa, rasgada. E "Liz" sem dúvidas é um espetáculo com essa garra, uma história tão confusa quando a da Dama Stuart é sempre um desafio, a direção de Rodolfo García Vasquez acerta em cheio nas imagens que são criadas e no ritmo que é dado a cada cena, ali pelo meio as coisas ficam confusas mas com o desfecho tudo se estabiliza e faz sentido. Cléo De Páris é firme, mesmo com os traços finos e a figura tão feminina consegue emprestar para a personagem um universo interno muito forte e com um trabalho de voz muito interessante a Rainha virgem se torna muito real e um tanto lúdica ( lúdica ela sempre foi mesmo) mas em todos os sentidos muito viva. A trilha sonora muito bem pensada aproxima esse universo tão distante e faz com que tudo ali parece humano, mesmo se tratando de uma nobreza que 10% da população mundial talvez possa entender plenamente. O que é tomar decisões por um país? Qual o peso disso? Como é ser a esperança doi mundo? A peça retrata muito bem essa angústica, o contraste das emoções com o figurino é ótimo, aquela riqueza e toda aquela pobreza ali, na mesma pessoa, na mesma disnástia. O elenco como sempre dá um show de preparo. Uma peça importante.


Nota* Fui ver a peça com um amigo, o lendário Duff , o rapaz jamais havia pisado em um teatro , fiquei pensando se era uma boa idéia iniciar logo com um " LIZ" uma peça que eu já previ que seria fora das convenções e que teria a força que tem. E não é que o rapaz gostou? E gostou mesmo. O ponto alto da noite foi o comentário durante as palmas...


Palmas (silêncio absoluto) Duff, diz: Porra! Devia ter vindo antes, hein?

Riso na platéia. Um espectador olha pra trás. Gilberto Kassab dá um sorriso amarelo e continua aplaudindo. Alguém ali do elenco ri. E eu fico feliz. Agora meu amigo gosta de teatro e fico feliz de ter sido uma peça tão interessante que o tenha despertado. E a vida reserva dessas coisas

Um comentário: